quinta-feira, 21 de abril de 2016

Geninho lembra bronca no vestiário e prefere não dar notas para o ABC

A classificação do ABC para a segunda fase da Copa do Brasil teve ingredientes para deixar o torcedor com o coração na mão. Após um primeiro tempo sonolento e a derrota parcial por 2 a 0, o Alvinegro conseguiu uma virada heróica no Frasqueirão. O técnico Geninho destacou a mudança de atitude da equipe, lembrou da cobrança ao grupo no vestiário no intervalo e preferiu não dar notas para as duas atuações.

- Para o primeiro tempo eu não gostaria nem de dar nota. Daria uma nota baixa e vou deixar os meninos meio bravos. Também não vou dar nota para o segundo tempo porque vou acabar dando uma nota um pouquinho acima do que estou acostumado, e eles vão achar que foram muito bem e, de repente, começam a cometer erros como no primeiro tempo. Vamos definir assim: o time foi muito mal no primeiro tempo, e muito bem no segundo. E foi muito bem no segundo, mas não digo nem na parte técnica. Foi muito bem porque mudou a atitude. Entrou com a atitude de querer mudar o resultado e dar uma resposta a tudo aquilo que não tinha feito no primeiro tempo. Nós conversamos de uma maneira um pouco mais pesada no intervalo. Eles queriam dar resposta a todo mundo e, inclusive, para mim - comentou.

A reação no segunda etapa veio com as mudanças feitas por Geninho. Saíram Gabriel, vaiado pela torcida por falhas na defesa, e Naldinho, perdido em campo. Entraram Montanha e Echeverria. O garoto deu mais tranquilidade na zaga, e o paraguaio reacendeu o jogo ao marcar o primeiro do ABC aos 17 minutos. Pouco depois, porém, o time perdeu o zagueiro Gustavo Bastos, lesionado. O jogo ganhava ares de dramaticidade. O treinador alvinegro, então, decidiu apostar na entrada de mais um atacante - Leozinho - e deslocou o volante Márcio Passos para a defesa. Era a última cartada para conquistar a classificação. E deu certo, mesmo tendo que sacrificar Erivélton e Lúcio Flávio na marcação.

- Márcio (Passos) foi muito mal no primeiro tempo e muito bem no segundo, já atuando como volante. Como volante, a atuação dele crescendo. Márcio estava marcando junto com o Naldinho. Não foi bem. Quando passou a marcar sozinho, ele cresceu. Ele marcou mais sozinho do que dividindo a função. Ele pegou sozinho por dois. Quando eu tive que fazer a mudança, eu ainda estava buscando o resultado. Eu tinha outro zagueiro no banco, mas eu queria abrir alguém e trazer o Eche para dentro para que eu tivesse mais volume e uma velocidade maior pelo lado esquerdo. É claro que eu sabia que me arriscava a tomar o terceiro gol. Mas já haviam me informado que o Márcio tinha jogado na zaga e que não seria a primeira vez dele. Não teria muito problema. O problema é quem faria o primeiro volante. Eu tinha Erivélton, que é um meia-atacante, e Lúcio Flávio, que todo mundo sabe que não tem pegada de marcação. E meus dois volantes acabaram sendo Erivélton e Lúcio. O Eche veio para dentro para compor o buraco, e tentar fechar a ponta do triângulo. E foram bem. Quando o resultado vem, tudo dá certo. Eu podia optar por aquilo que fiz, de não repor um zagueiro, e isso ter me custado caro. Mas eu acho que tem que arriscar. Só a vitória nos interessava, e medo de arriscar eu não tenho. Tenho a consciência que pode dar errado, mas não tenho medo de fazer - declarou.
Globo Esporte RN

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